Arábia Saudita vai
investir US$ 10 bilhões por meio de fundos soberanos no Brasil, informou hoje o
governo federal. O anúncio foi feito pelos ministros Onyx Lorenzoni (Casa
Civil) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) em Riade, capital do país árabe,
após encontro do presidente Jair Bolsonaro com o príncipe herdeiro Mohammed bin
Salman.
O príncipe herdeiro da
Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e o presidente Jair Bolsonaro
Eles afirmaram que os
setores contemplados ainda serão definidos, mas a tendência é que projetos de
infraestrutura e agronegócio tenham prioridade.
Segundo os ministros, o
presidente Jair Bolsonaro (PSL) autorizou a criação de conselho que ficará
responsável por auxiliar nas negociações e dúvidas técnicas. O grupo deverá ser
alocado na Casa Civil. O montante virá do Fundo de Investimento Público saudita
(PIF).
De acordo com Onyx, os
trabalhos para a efetivação dos investimentos começarão
"imediatamente" na volta da comitiva presidencial ao Brasil. Ele não
deu prazo final para as aplicações.
Onyx Lorenzini. Foto: Reprodução
Projetos de privatizações
e concessões do PPI (Parceria de Programas de Investimentos), incluindo o setor
de óleo e gás, serão propagandeados para receberem fatia dos investimentos.
Onyx Lorenzoni acrescentou que os sauditas já demonstraram interesse em
construir a ferrovia "Ferrogrão", de 1 mil km de extensão que ligaria
o Mato Grosso ao Pará, para o escoamento de produtos agrícolas. O custo
estimado deste projeto é de aproximadamente R$ 3 bilhões.
O ministro negou que tenha
havido pedido de contrapartida aos investimentos por parte dos sauditas e
defendeu que os sauditas querem acessar a América Latina a partir do Brasil.
Ele afirmou que reformas promovidas pelo governo, como a da Previdência, e
medidas de desburocratização foram importantes para atrair o fundo soberano.
Segundo o governo federal,
o Brasil é o sexto país a receber aportes do fundo soberano saudita. Os outros
são Estados Unidos, Japão, África do Sul, Rússia e França. Os ministros fizeram
questão de ressaltar que o valor é o mesmo investido na Rússia e o dobro do da
França.
UOL
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